Como lidar com a morte de uma criança
A morte de uma criança é tida como antinatural, como que não seguisse a ordem natural da vida. As crianças são vistas como a continuidade da vida dos adultos, portanto, muitas expectativas são projetadas nelas. A morte de um pequeno destrói mais dolorosamente todos os planos que a família tinha para ele, o que torna este um dos lutos mais difíceis de serem superados.
Um dos cuidados que devem ser tomados ao vivenciar o luto por uma criança é não deixar de lado as outras. Por exemplo: em meio ao sofrimento do seu processo de luto, um pai que perde um dos filhos pode acabar tendo uma atitude de negligência em relação aos que ficaram. É preciso entender que o filho vai buscar apoio dos pais, portanto, o ideal é que a família se aproxime cada vez mais, apoiando uns aos outros e compartilhando de forma saudável a dor e sofrimento.
Outro ponto que é preciso ter atenção é na busca por substituir o insubstituível. Novamente usando o exemplo dos pais: alguns entram numa busca pelo filho perdido, procurando uma criança que possa preencher o vazio afetivo deixado. Alguns tentam uma nova gravidez ou uma adoção. Entretanto, projetar em uma criança a memória de outra pode trazer vários problemas para ela. A chegada de uma nova parte da família deve acontecer apenas quando ela poderá ser recebida como uma pessoa única, singular e diferente da falecida, ou seja, depois de concluído, de forma saudável, o processo de luto da família.
O que não se pode negar é que a perda de qualquer pessoa amada é extremamente dolorosa. As circunstâncias é que tornam a superação complicada em alguns casos. Apesar de uma criança ser enxergada como frágil, inocente e preciosa, ela também é um ser humano com a certeza da morte. Para os que ficam, a busca pela aceitação deve ser feita da forma mais saudável possível.