Preparação

Existe isso de morrer satisfeito?

Nos últimos tempos, tem sido bastante comum diversas listas, principalmente nas redes sociais, contendo tópicos relatando aquilo que supostamente devemos fazer antes de morrer. Itens como pular de paraquedas, aprender novos idiomas, conhecer novos lugares, novas pessoas, dentre outros, aparecem como sendo condições para que as pessoas vivam suas vidas de maneira que possam estar satisfeitas na hora da morte.

Médicos já chegam também a falar sobre alguns arrependimentos que são comumente relatados pelas pessoas no fim da vida. Segundo alguns especialistas, é comum que pacientes terminais relatem se arrepender de ter trabalhado tanto e de não ter conseguido viver uma vida mais autêntica e com mais contato com os amigos, por exemplo.

É preciso então trabalhar menos e nos ouvir mais? Ter mais contato com nossos amigos? Pular de paraquedas, viajar mais, conhecer novas pessoas e aprender novos idiomas? Será mesmo que existe um manual de vida para ser seguido que nos faça chegar plenos na hora da nossa morte?

A verdade é que a receita da vida feliz não existe. Alguns conselhos desses citados podem nos parecer interessantes. Já outros acabam por fugir bastante dos propósitos. O fato é que as pessoas são diferentes e é preciso um autoconhecimento para construir os próprios planos e projetos de realização. Ter consciência de si mesmo talvez seja o primeiro passo para se viver plenamente a vida e, se viver assim, certamente o sentimento de realização surge no momento de morte.

Alguns acontecimentos – como a perda de um ente querido ou os filhos saindo de casa – são reveladores e ajudam nessa tomada de consciência de si mesmo. Eles ajudam a realizar mudanças duradouras e a adquirir responsabilidade por construir uma vida cheia de significado e satisfação, fazendo a pessoa compreender que todos vão “morrer melhor” se “viverem melhor”.

Os especialistas acreditam, na verdade, que é preciso se ouvir mais, entrar em contato com o seu eu interior e compreender o que o deixa triste, o que incomoda e, acima de tudo, o que o faz feliz. O que te faz feliz? Já se fez essa pergunta em algum momento?

Então vamos lá, siga adiante na busca de sua felicidade. Apenas assim a morte vai chegar não exatamente como um absurdo, como aquela que “rouba” de nós a nossa vida, mas sim como aquela que encerra nosso ciclo, um ciclo bem vivido e que precisa terminar ali. Se vivermos bem, a morte chegará para fechar nossa vida com “chave de ouro”.

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